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Diferenças entre o Plantão Psicológico Tornar-se e programas tradicionais de bem-estar no trabalho

  • Foto do escritor: Sergio Duarte
    Sergio Duarte
  • 20 de jul.
  • 3 min de leitura

Do cuidado protocolar ao encontro genuíno: compreendendo caminhos distintos de apoio à saúde emocional no ambiente corporativo

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Nas últimas décadas, as empresas vêm reconhecendo cada vez mais a importância do cuidado com a saúde mental de seus colaboradores. Programas de bem-estar tornaram-se comuns, oferecendo desde atividades físicas, meditação guiada e palestras motivacionais até serviços de coaching. Essas iniciativas representam avanços importantes. No entanto, nem sempre são capazes de alcançar a complexidade da experiência humana no cotidiano de trabalho, especialmente quando o sofrimento emocional surge de maneira aguda, inesperada ou silenciosa.

Nesse contexto, o plantão psicológico desponta como uma abordagem diferenciada — mais imediata, sensível e centrada na escuta ativa. Inspirado na perspectiva humanista, ele se propõe a estar disponível no tempo da necessidade do outro, e não apenas dentro das agendas formais dos programas institucionais.

Vamos explorar as principais diferenças entre o plantão psicológico e os programas tradicionais de bem-estar, considerando suas formas de atuação, objetivos e impacto subjetivo nos colaboradores.

 

1. Finalidade e foco de atuação

Programas tradicionais de bem-estar geralmente têm foco preventivo e educativo. Envolvem ações programadas, como oficinas, campanhas, atividades físicas e palestras, com o intuito de promover hábitos saudáveis e um ambiente mais equilibrado.

Já o plantão psicológico tem caráter emergencial e acolhedor. Seu foco é o apoio emocional pontual, imediato, diante de situações de sofrimento ou crise, sejam elas pessoais ou relacionadas ao trabalho. Ele reconhece que o ser humano não sofre segundo um cronograma — e, por isso, precisa ser ouvido quando o sofrimento pede espaço.

2. Abordagem: coletiva versus individualizada

Programas de bem-estar frequentemente seguem modelos padronizados, muitas vezes em formato coletivo, visando impactar grandes grupos. Ainda que ofereçam benefícios, eles podem não alcançar a singularidade de cada vivência subjetiva.

O plantão psicológico, por sua vez, se fundamenta em uma abordagem individual e centrada na pessoa. Seu objetivo não é “resolver problemas”, mas criar um espaço de escuta genuína, onde o colaborador possa se sentir visto, compreendido e respeitado em sua integralidade.

3. Tempo de resposta e acessibilidade

Programas tradicionais muitas vezes funcionam por agendamento ou ciclos, e podem ter barreiras logísticas ou até culturais que dificultam o acesso. Já o plantão psicológico preza pela disponibilidade imediata, com escuta aberta e sem triagens rígidas. Isso faz diferença em situações de urgência emocional, como luto, conflitos, sobrecarga, ansiedade ou momentos de desorganização interna.

Na perspectiva humanista, o tempo da escuta é o tempo do outro. E o plantão é, acima de tudo, uma presença disponível quando alguém mais precisa.

4. Papel do profissional: especialista versus facilitador de encontros

Nos programas de bem-estar, o profissional muitas vezes atua como instrutor ou educador, transmitindo conhecimento e orientações sobre saúde física e emocional. No plantão psicológico, o papel é outro: o psicólogo é um facilitador de escuta e reflexão, que se propõe a estar presente com o outro, sem intenção de conduzir, ensinar ou corrigir.

Trata-se de um encontro entre pessoas, onde há empatia, respeito mútuo e liberdade para que a pessoa nomeie e processe o que está vivendo — mesmo que ainda não saiba explicar em palavras.

5. Impacto subjetivo e relacional

Programas institucionais podem promover maior consciência sobre temas relevantes e ajudar a criar uma cultura de cuidado. No entanto, seu impacto tende a ser mais difuso. Já o plantão psicológico, por ser um encontro íntimo e acolhedor, costuma gerar efeitos profundos mesmo em uma única sessão: alívio emocional, reorganização interna, fortalecimento da autonomia e sensação de pertencimento.

O colaborador que se sente escutado sem julgamento experimenta não apenas um momento de acolhimento, mas também um movimento de valorização humana dentro da empresa.

 

Plantão psicológico e programas tradicionais de bem-estar não são concorrentes — são complementares. Enquanto os programas estruturados atuam na construção de uma cultura de saúde e prevenção, o plantão oferece um espaço de acolhimento individual imediato, em sintonia com a complexidade emocional e existencial dos colaboradores.

Para a psicologia humanista, o que transforma é o encontro autêntico. E o Plantão Psicológico Tornar-se é uma prática que materializa esse encontro — com escuta, respeito, empatia e presença. Empresas que reconhecem esse valor estão não apenas cuidando da saúde mental de sua equipe, mas também construindo uma cultura mais humana, ética e sustentável.

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